O termo Low Carb, traduzindo à letra e como o próprio nome indica refere-se ao consumo de “poucos hidratos de carbono”.
A Paleo Low Carb recomenda uma alimentação à base de “comida de verdade” baixa em hidratos de carbono.
Uma alimentação Paleo, já por si, acaba naturalmente por ter uma percentagem menor de hidratos de carbono uma vez que se retiram substâncias como o açúcar, os cereais e a maioria dos produtos industrializados e priorizam os legumes, a carne, o peixe, os ovos e as boas gorduras, o que ajuda quem tem excesso de peso a, gradualmente, ir reduzindo o seu volume corporal e a sua massa gorda. Contudo, por vezes, em determinadas situações é necessário reduzir ainda mais o consumo de hidratos de carbono (em especial os das farinhas e açúcares aceites dentro da paleo).
Uma alimentação paleo low carb, serve para controlar a síndrome metabólica (obesidade, dislipidemia, diabetes, pressão alta, etc). Além disso, tem demonstrado ser benéfica no tratamento de vários tipos de problemas de saúde associados a pessoas com resistência insulínica, como a síndrome dos ovários policísticos, a gota, o fígado gordo, entre outras.
“Há cerca de 30 anos a maioria das sociedades ocidentais seguiam uma dieta rica em gorduras saturadas consumindo regularmente alimentos como manteiga, leite, natas e carnes gordas. Depois, com base em pesquisas pouco sólidas, os E.U.A. inicialmente, seguidos por outros países, decidem adotar uma dieta restrita em gorduras.
Parecia fazer sentido e era um conceito fácil de vender – consumir alimentos ricos em gordura conduziam ao aumento de gordura corporal, à acumulação de gordura nas artérias e a doenças cardiovasculares.
O único problema é que não resultou! Nos últimos 30 anos, coincidindo com a adoção da dieta baixa em gordura, a incidência da obesidade e diabetes tipo 2 aumentou substancialmente.
A razão pela qual isto ocorreu é que a causa da obesidade e da diabetes é o excesso de carboidratos e não de gordura. A fórmula da dieta pobre em gordura e a pirâmide alimentar a ela associada, resultou no aumento da ingestão de hidratos de carbono na forma de grãos, cereais, pão, massas, arroz, etc.. Além disso, em muitos produtos em que são retiradas as gorduras (magros), estas são substituídas por açúcares como frutose e amido de milho para melhorar o sabor.
Para entendermos isto, precisamos de saber o que acontece quando comemos hidratos de carbono. Depois de ingeridos, os carboidratos são reduzidos à sua forma mais simples – glicose – no intestino e absorvidos para a corrente sanguínea. Para manter os níveis de glicose controlados o pâncreas segrega insulina. Esta hormona, ausente nas pessoas com diabetes tipo 1, vai permitir o armazenamento da glicose no fígado e músculos na forma de glicogénio para fornecimento de energia. Contudo a insulina faz com que a glicose em excesso seja armazenada na forma de gordura.
A maioria das pessoas, enquanto jovens, metabolizam bem os hidratos de carbono. Mas com o tempo, especialmente quando os consumidos em grandes quantidade, muitos de nós começam a adquirir resistência à insulina. Noutras palavras a insulina torna-se menos eficaz na sua função, resultando em valores de glicose sanguínea mais elevados (Diabetes tipo 2) e aumento da gordura corporal.
Então faz sentido reduzir o consumo de hidratos de carbono. Simultaneamente é importante substitui-los por uma fonte de energia alternativa – gordura. A gordura foi demonizada nos últimos anos, contudo existem boas e más gorduras. Gorduras trans ou hidrogenadas presentes nas margarinas e óleos vegetais devem ser evitadas, mas não existem evidências de que as gorduras saturadas estejam associadas a doenças cardiovasculares.
Uma alimentação baixa em hidratos de carbono demonstrou-se ser muito eficaz na perda de peso. Existem também provas que reduz a probabilidade de ocorrência de diabetes tipo 2, fígado gordo e possivelmente outras doenças como demência, Alzeimer e algumas formas de cancro.
Esta alimentação inclui uma enorme quantidade de alimentos saborosos como ovos, carnes e vegetais. A primeira coisa a notar-se é a redução da fome visto que não existem picos de glicose sanguínea, a glicémia é mais estável. Muitas pessoas relatam que sintomas gastero-intestinais – desconforto abdominal, inchaço – são amenizados.
Na primeira, ou duas primeiras semanas, pode ser difícil enquanto o corpo se adapta a usar gordura em vez de hidratos de carbono como principal fonte de energia. Pode sentir alguma ansiedade, algum desconforto abdominal e inchaço, mas normalmente apenas duram uma ou duas semanas.
Uma vez adaptado(a), os seus níveis de energia aumentarão, ficará seguramente com menos fome, os sintomas, como inchaço, desaparecerão e começará a perder peso. A diversidade de alimentos que tem à disposição numa alimentação Paleo Low Carb é imensa, pelo que mantê-la não será difícil.”